segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Palavra Escoteira 2

Lis de Ouro... Nome bonito... Mas existe muito mais coisa por trás de uma Lis de Ouro. Engraçado é pensar que alguém como eu foi capaz de chegar até aqui. Quem me conhece sabe o quão insuportável eu posso ser, o quão chato, brincalhão e com cara de lerdo.

Talvez seja isso, talvez sejam essas as qualidades de um escoteiro Lis de Ouro: um carinha louquinho, “um maluco total” como já dizia Raul, uma pessoa feliz, diferente, a qual poucos conhecem seus dois lados. Na verdade, um escoteiro que se preze tem essas características: uma pessoa simplesmente diferente, não melhor, não pior, apenas diferente.

Talvez esse texto, essa coisa louca que escrevi aí em cima não faça muito sentido, ou apenas não tenha ficado muito claro. Normalmente, uma análise psiconeurótica de um bom texto, se resulte em alguma coisa louca, mas... O contrário também acontece? Vamos tentar:

ANALISANDO PSICONEUROTICAMENTE O QUE ESCREVI (isso foi meio esquisito não foi? Foi... como chamar o que escrevi de louco... foi como me chamar de louco!).

Todo escoteiro é uma pessoa diferente, uma pessoa com senso de humor, mas com sabedoria para discernir a hora para brincar e a hora para ser sério. Ser uma pessoa assim é quase a minha especialidade. Tento brincar o máximo que posso, em todas as horas que consigo, afinal, alegria é como uma lei para o escoteiro (na verdade é! A oitava lei, para ser exato), porém a seriedade, a rigidez e a precaução são outros valores a serem lembrados.

Tais valores foram necessários para conquistar minha Lis de Ouro (distintivo máximo do ramo escoteiro). “Não foi difícil, foi trabalhoso”, respondi a um Lobinho quando esse me perguntou se tinha sido difícil conquistá-la. Fácil, pois eu tinha um rumo a seguir, pois eu tinha conhecimento suficiente para realizar o projeto e conquistar minhas especialidades, pois eu sabia o que queria e também sabia da conduta a ser levada para conquistar tal reconhecimento. Trabalhoso, pois não foi simples lidar com pesquisas, escola, família, provas escolares e mais pesquisas e deveres a parte tudo junto. Trabalhoso pois um escoteiro que tenha vontade de fazer algo, não faz essa algo mal feito. Ele quer tudo perfeitamente perfeito em todos os detalhes.

Aprendi muito com o meu projeto, não foi simples ter que levar toda a semana (duas vezes por semana) restos de alimentos para a composteira. Aprendi que um esforço a mais pode ser recompensado a mais também.

O dia da entrega da Lis, foi um dia especial. Foi o momento em que eu pude ver todo o meu trabalho recompensado. Ver todos os meus amigos escoteiros ali, junto de meus familiares me aplaudindo foi como ver Harley passar e deixar um pouco de luz cair sobre minha alma (essa foi profunda hein!). Quem me conhece sabe o quão secos são meus olhos, sabe que chorar não é algo simples para mim e sabe que aquelas lágrimas, que se acumularam em meus olhos e que apesar de não descerem pelo meu rosto, foi o máximo que eu pude derramar até hoje.

O mérito foi destinado a mim, porém eu o divido com muitas pessoas, entre elas, o zelador do meu grupo escoteiro, Sr. Zé, que me ajudou muito, muito mesmo. Agradeço também minha chefia, o Ch. Edinho, que para falar a verdade, eu não faço idéia do nome da função que ele desempenha, mas sei q é importante, que me ajudou, contando-me, junto do Ch. Toninho, sobre os problemas causados pela composteira (mal cheiro e casa de abelhas), agradeço ao meu submonitor e ao meu pai, que me ajudavam a levar os restos de alimento até a composteira.

Para terminar essa obra, esse esplêndido texto que obviamente ninguém lerá por completo, eu digo simplesmente: “obrigado”, e completo: “nunca desistam de seus sonhos, por mais sinuosa que seja a estrada, nunca deixe de andar, porém sempre fazendo o que é certo. Ás vezes você pensará que fez errado, dizendo a verdade, mas Deus te recompensará com algo muito melhor. Isso aconteceu comigo e hoje vivo os melhores dias de minha vida”.

(Vitor Monteiro – Escoteiro do G.E. Matão SP)

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